PCO E BOLSONARO UNIDOS CONTRA ALEXANDRE DE MORAES? Oposição improvável sacode a política brasileira.

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Nos bastidores da política nacional, alianças inesperadas costumam surgir. No mais recente episódio dessa trama, o Partido da Causa Operária (PCO), conhecido por sua posição de extrema-esquerda, e os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro parecem convergir em um ponto incomum: as críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
De inimigos a aliados momentâneos
O PCO, historicamente alinhado com pautas revolucionárias e marxistas, sempre se posicionou contra Bolsonaro e sua base política. No entanto, desde 2022, o partido tem adotado um discurso cada vez mais crítico ao STF e, em especial, a Moraes, a quem acusa de promover censura e autoritarismo.
Esse atrito se intensificou quando o ministro incluiu o partido no Inquérito das Fake News e determinou o bloqueio de seus perfis nas redes sociais. A medida gerou indignação no PCO, que passou a denunciar uma suposta ditadura judicial e a pedir limites ao poder do Supremo.
Curiosamente, esse mesmo discurso ecoa entre bolsonaristas, que desde a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 vêm protagonizando embates com o STF e seu presidente, Alexandre de Moraes. Ambos os grupos, apesar de suas diferenças ideológicas gritantes, encontram-se agora na mesma trincheira contra o magistrado.
O protesto que uniu extremos
Em setembro de 2024, milhares de manifestantes foram às ruas em São Paulo para protestar contra decisões de Moraes, incluindo o bloqueio temporário da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. Embora não haja registros de participação direta do PCO nesses protestos, a coincidência de discursos chama atenção.
A narrativa de que o STF estaria ultrapassando seus limites ao censurar vozes dissidentes tem sido utilizada tanto pelo partido de extrema-esquerda quanto pela direita bolsonarista. Enquanto o PCO enxerga na postura do STF um ataque à liberdade de expressão, Bolsonaro e seus aliados a consideram um cerceamento político direcionado contra a direita.
Uma aliança duradoura ou conveniência do momento?
A aproximação entre o PCO e o bolsonarismo se dá por uma questão pontual, e dificilmente se converterá em uma parceria duradoura. O partido mantém sua postura radicalmente oposta ao neoliberalismo e ao conservadorismo bolsonarista, enquanto a base de Bolsonaro continua a defender pautas que o PCO abomina.
Ainda assim, o episódio reforça um fenômeno curioso da política brasileira: a capacidade de unir opostos em torno de um inimigo comum. Seja por ideologia ou estratégia, o fato é que, ao menos nesse capítulo da história, o grito de “Fora, Xandão!” ecoa tanto entre a esquerda radical quanto entre os conservadores de direita.
O que virá a seguir? Apenas o desenrolar da política brasileira poderá responder.
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