NIKOLAS E A POLÍTICA DA LACRAÇÃO: Um Fenômeno que se Repete.

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Nos últimos anos, a ascensão de figuras políticas alçadas à fama pela “lacração” nas redes sociais tem se tornado um fenômeno recorrente no cenário político brasileiro. Nomes como Joyce Hasselmann, Alexandre Frota, Janaína Paschoal, Kim Kataguiri e André Janones compõem uma longa lista de subcelebridades que, ao migrarem para a política, acreditaram que poderiam manter a popularidade conquistada no ambiente digital mesmo dentro da complexa arena do Congresso Nacional.
Esses personagens, todos sem exceção, acabaram por se afastar do ex-presidente Jair Bolsonaro — figura central da direita brasileira contemporânea — e seguiram caminhos próprios, muitas vezes em rota de colisão com seus antigos aliados. Enquanto a direita se deixava levar pelas “lacradas” e fazia desses momentos virais um espetáculo com direito a memes e trilhas sonoras icônicas, esses políticos apostavam que a fama digital seria suficiente para consolidar suas carreiras políticas.
A Ascensão de Nikolas Ferreira
Nikolas Ferreira, atual presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, parece seguir a mesma trajetória. Catapultado à fama pelo antigo Twitter, ele acumulou milhões de votos ao se destacar por discursos inflamados e embates virtuais com adversários ideológicos. No entanto, seu conhecimento político tem sido alvo de críticas, considerado raso e superficial. Um episódio emblemático foi quando, no início de seu mandato, ao tentar “lacrar” na tribuna do Congresso, acabou recebendo uma inesperada aula de geopolítica do então deputado Fernando Haddad — algo que não passou despercebido pelos críticos.
Como parlamentar, sua atuação tem sido vista como sofrível. À frente de uma das comissões mais importantes do Congresso, Nikolas mantém a postura de confrontos e provocações típicas das redes sociais, o que se traduz em um constante bate-boca com a esquerda. A impressão que fica é a de que sua prioridade é a produção de “cortes” e conteúdo para as redes, enquanto os interesses reais do povo que o elegeu ficam em segundo plano.
Polêmicas e Capital Político
Apesar das críticas, Nikolas não é ingênuo. Ele entende o poder das polêmicas para ampliar seu alcance e consolidar seu capital político. Um exemplo claro foi sua postura em relação a Renato “38tão”, dando visibilidade a discursos que divergem de Bolsonaro, o que levanta dúvidas sobre suas reais intenções.
Outro episódio controverso envolve o famoso vídeo do pix, que gerou grande repercussão e até levou alguns eleitores a cogitarem sua candidatura presidencial. No entanto, é importante refletir sobre o contexto mais amplo: o pix, hoje, é utilizado pelo crime organizado para movimentações financeiras ilícitas, e a imposição de regras mais rígidas poderia dificultar essas operações. A ideia de que o governo recuou devido à pressão popular gerada pelo vídeo de Nikolas soa, no mínimo, ingênua.
Interesses Pessoais em Primeiro Lugar
No fim das contas, a trajetória de Nikolas Ferreira parece seguir o mesmo roteiro de outros políticos que surgiram do fenômeno digital. Enquanto muitos acreditam que ele luta pela liberdade do povo, há quem veja em suas ações apenas a busca por interesses pessoais e pelo fortalecimento de sua própria imagem.
Como bem disse Júlio César: “O povo ama a traição, mas odeia o traidor.” A história mostrará em qual dos lados Nikolas se posicionará.
FELIPE FIAMENGHI — 13/03/2025
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