BOLSONARISMO EM FOCO: Ou Falseou a Verdade na Polícia ou Está Falseando Aqui
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Moraes adverte Freire Gomes sobre necessidade de dizer a verdade em depoimento ao STF
19 de maio de 2025
O depoimento do general da reserva Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19/05), foi marcado por momentos de tensão entre o militar e o ministro Alexandre de Moraes, responsável por conduzir a oitiva de testemunhas no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Em um momento específico da audiência, Moraes advertiu Freire Gomes sobre a obrigação de falar a verdade.
A advertência ocorreu após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, questionar o general sobre a reação do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, diante da apresentação de uma minuta de decreto que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), continha medidas de cunho golpista.
Em resposta, Freire Gomes afirmou não ter percebido “conluio” entre Garnier e o ex-presidente Jair Bolsonaro — ambos réus no processo.
“Expus a ele a importância de avaliar todas as condicionantes, inclusive o dia seguinte a uma eventual decisão. Estava comprometido em ser franco com o presidente sobre o que pensávamos”, declarou Freire Gomes.
O general também mencionou que o brigadeiro Baptista Jr. se posicionou contra qualquer iniciativa naquele momento. “Pelo que me lembro, o ministro da Defesa permaneceu em silêncio. Já o almirante Garnier assumiu sua postura — acredito que também tenha sido surpreendido por tudo aquilo e que, naquele momento, não tinha uma opinião formada. Apenas demonstrou, digamos, respeito ao comandante supremo das Forças Armadas. Não interpretei isso como conluio”, afirmou.
Diante da fala, Moraes interveio e alertou o general sobre a obrigação de dizer a verdade. Ele então mencionou o depoimento anterior de Freire Gomes à Polícia Federal, no qual o militar teria declarado que Garnier se colocou “à disposição” do presidente.
“Ou o senhor faltou com a verdade na Polícia Federal, ou está faltando com a verdade aqui”, disse Moraes.
Freire Gomes, então, negou estar mentindo.
“Com 50 anos de Exército, jamais mentiria. O que relatei aqui foi o mesmo que já disse: que eu e o brigadeiro Baptista Jr. nos colocamos contrários à proposta, que não me recordo com clareza da posição do ministro da Defesa, e que o almirante Garnier assumiu essa postura de apoiar o presidente. Não posso inferir o que ele quis dizer com isso”, explicou o general.
“Não omiti nenhuma informação. Sei exatamente o que falei. Agora, a intenção do que ele quis expressar não cabe a mim interpretar”, concluiu.
A audiência com Freire Gomes foi a primeira de uma série de depoimentos que o STF ouvirá no processo referente ao chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista. Esse grupo, segundo a PGR, seria o centro estratégico das principais decisões e articulações do plano. Nele, figuram como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete investigados.
Fonte BBC
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