ESQUERDA CAVIAR OPINIÃO: Janja da Silva e o paradoxo da primeira-dama militante

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Além de enfrentarmos a dura realidade da corrupção e dos desmandos que assombram o país, agora carregamos também a vergonha simbólica de uma representação controversa no papel de primeira-dama.
Em recente comentário que circula nas redes, a figura de Janja da Silva, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas contundentes. Para muitos, Janja encarna uma contradição emblemática: a de uma militante que brada igualdade enquanto ostenta símbolos do luxo internacional.
Vestida de Chanel, calçando Louboutin e desfilando com peças da Dior, Janja se apresenta como porta-voz de causas populares, enquanto seus gestos parecem ecoar mais os salões da elite do que as ruas do povo. Para críticos, trata-se de uma “militância de boutique”, marcada por discursos sobre empoderamento proferidos em jantares de alto custo e eventos repletos de sofisticação.
A crítica vai além do guarda-roupa. Aponta-se a falta de postura institucional, compostura e noção do espaço que ocupa como primeira-dama. A impressão é de que Janja confunde protagonismo com exibicionismo, acreditando que o centro dos holofotes lhe pertence por direito natural.
Nesse contexto, a função que historicamente pede discrição, apoio silencioso e empatia, tem sido transformada, segundo alguns, em uma passarela de vaidades. Para cada gesto simbólico em causas sociais, há uma aparição cercada de grifes, flashes e declarações de efeito.
Enquanto isso, o Brasil real sofre. Mulheres são vítimas diárias da violência. Mães enfrentam filas intermináveis no SUS. Crianças estudam em escolas precárias. E o que se vê, muitas vezes, da primeira-dama, são fotos posadas ao lado de líderes estrangeiros em momentos que mais lembram editoriais de moda do que compromissos institucionais.
Para seus críticos, Janja não representa o povo — representa uma elite progressista autocentrada, mais preocupada com a estética do que com a ética. Uma mulher que, apesar de ocupar um espaço de grande visibilidade e influência, parece desconectada da realidade de milhões de brasileiros.
Mais do que uma figura pública, Janja se tornou um símbolo da dissonância entre discurso e prática. Uma performance revestida de marcas caras, sustentada por frases prontas e pouca sensibilidade social.
O Brasil precisa de esperança, sim — mas de uma esperança vestida de autenticidade, não de ostentação.
Por Leopoldo Teles Torelli
Blog Sem ARRUDEIO