SAÚDE EM FOCO: Anvisa aprova Mounjaro para tratamento de obesidade e sobrepeso com comorbidades

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Em uma decisão histórica que pode mudar os rumos do tratamento da obesidade no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (9) o uso da tirzepatida — conhecida comercialmente como Mounjaro — para o controle do excesso de peso. Até então indicada apenas para o tratamento do diabetes tipo 2, a medicação agora poderá ser prescrita oficialmente para adultos com obesidade ou sobrepeso associados a comorbidades.
A nova indicação autoriza o uso da tirzepatida em pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30, ou a partir de 27 no caso de indivíduos que também apresentem condições como hipertensão, dislipidemia (colesterol alto) ou pré-diabetes. A decisão segue uma tendência global de ampliar o acesso a medicamentos eficazes no combate à obesidade, problema de saúde pública que afeta mais da metade da população brasileira.
O que é a tirzepatida?
Trata-se de um medicamento injetável de uso semanal, que se diferencia dos demais por atuar de forma dupla: como agonista dos hormônios GLP-1 e GIP. Essa combinação potencializa os efeitos de saciedade e controle glicêmico, o que favorece tanto a perda de peso quanto o manejo do diabetes.
A semaglutida, outro medicamento amplamente utilizado para perda de peso (comercializada como Ozempic e Wegovy), age apenas sobre o GLP-1. Nos estudos clínicos, o Mounjaro demonstrou resultados superiores em comparação à semaglutida: após 72 semanas de tratamento, os pacientes perderam, em média, 20,2% do peso corporal (cerca de 22,8 kg), contra 13,7% (ou 15 kg) entre os usuários da semaglutida.
Além disso, a tirzepatida mostrou redução média de 18,4 cm na circunferência abdominal, um dado relevante no controle das comorbidades associadas à obesidade, como doenças cardiovasculares.
Acesso, preços e segurança
Com a aprovação formal, espera-se que o acesso ao Mounjaro se amplie no sistema de saúde suplementar, com mais possibilidades de prescrição por meio de planos de saúde e hospitais. O tratamento inicia com doses de 2,5 mg, podendo chegar a 15 mg, conforme a resposta do paciente e a recomendação médica. Os efeitos adversos mais comuns incluem náuseas, hipoglicemia e distúrbios gastrointestinais, o que exige acompanhamento médico rigoroso.
O custo, entretanto, ainda é um obstáculo. Os preços variam conforme a dosagem e a adesão ao programa “Lilly Melhor Para Você”, promovido pela fabricante. Com descontos, a dose de 2,5 mg pode ser adquirida por R$ 1.406,75 online; sem o programa, esse valor pode ultrapassar os R$ 1.900.
Regulamentação rígida
Para evitar o uso indiscriminado, a Anvisa estabeleceu regras rigorosas para a comercialização: a tirzepatida será vendida exclusivamente com prescrição médica e exigirá retenção da receita. A medicação possui tarja vermelha e a nova norma entra em vigor ainda em junho.
Avanço no combate à obesidade
A aprovação da tirzepatida para o tratamento da obesidade marca um importante passo na luta contra o excesso de peso no Brasil. Com eficácia clínica comprovada e um perfil de ação inovador, o Mounjaro surge como uma nova ferramenta para médicos e pacientes que enfrentam uma das doenças crônicas mais desafiadoras da atualidade. A expectativa é que a medida amplie as opções terapêuticas e traga mais qualidade de vida a milhões de brasileiros.
Fonte – JC
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