Política

Vamos sair da caverna (Platão)?! breve análise do pensamento de Gramsci.

 

Antonio Gramsci foi um filósofo, político e teórico italiano. Ele nasceu em 1891, na Sardenha, e faleceu em 1937, em Roma. Foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano e é conhecido por suas contribuições para a teoria marxista.

Um dos seus conhecidos conceitos foi o de “hegemonia”, referindo-se à dominação cultural e ideológica exercida pelas classes dominantes sobre as classes subalternas. Ele argumentava que, para uma revolução socialista ser bem-sucedida, era necessário não apenas tomar o poder político, mas também conquistar a “hegemonia” cultural, ou seja, a influência sobre as instituições e a cultura da sociedade.

Podemos até não gostar das ideias dele, mas, temos que admitir, era extremamente inteligente, é muito mais fácil dominar quando as pessoas não imaginam que estão sendo dominadas, concordam?! Quem não sabe que é escravo, mantem-se aprisionado, mesmo que lhe faltem correntes!

Enquanto isso, alguns (muitos) extremistas, da direita, seguem acreditando que possam tomar o poder com o uso da força. Ingenuidade? Não creio, acho que é só falta de estudo mesmo.

Ainda não perceberam que a violência e o discurso de ódio só servem para fortalecer quem já está no poder???

Embora tenha sido pouco conhecido durante sua vida, as ideias de Gramsci tiveram um impacto significativo no pensamento político e na teoria social, tendo sido um dos principais responsáveis pelo avanço do marxismo cultural e pela dominação da esquerda na cultura e na sociedade.

Inegável que se tratava de um estrategista brilhante, percebeu que a revolução marxista não poderia ser alcançada por meio de uma revolução armada, mas conquistando as instituições culturais e educacionais. Gramsci defendia a ideia de que a classe dominante deveria ocupar posições-chave nessas instituições para disseminar sua ideologia e moldar as mentes das pessoas.

Para Olavo de Carvalho, a influência de Gramsci na dominação cultural é extremamente perigosa porque mina os valores tradicionais e enfraquece os laços sociais. Ele argumentava que a estratégia gramsciana desconstrói a moral e a tradição, promovendo uma visão de mundo relativista e desvalorizando princípios éticos compartilhados.

Carvalho também criticava a política identitária promovida por Gramsci, por fragmentar a sociedade em grupos de oprimidos e opressores, gerando conflitos e polarização, impedindo o diálogo construtivo e a busca por soluções coletivas.

Não concordo com tudo que era defendido por Olavo, mas, neste ponto, ele foi cirúrgico.

Gramsci também defendia o controle da educação e do discurso, argumentava que a classe dominante deveria ocupar posições nos sistemas educacionais e nos meios de comunicação, a fim de disseminar sua ideologia e moldar mentalidades, o que estimula preocupações sobre a imparcialidade e a pluralidade de ideias no ambiente educacional e midiático.

Alguma dúvida sobre o que motiva a necessidade de regulamentação das redes sociais?!

Quando é que a extrema direita vai sair da caverna e despertar para o fato de que continuar usando a força e discursos de ódio (por mais que existam razões para odiar) é fazer exatamente o que os socialistas precisam para se fortalecer, mantendo a sedutora retórica de preocupação com a classe trabalhadora quando, em verdade, a ideia é ampliar o poder do Estado para nos manter dependentes e controlados por ele.

A ideia é seguirmos vivendo acorrentados e quietinhos, afinal, recebemos as migalhas de serviços públicos assistenciais falidos, mas devemos ficar felizes e satisfeitos, trabalhando duro e entregando, anualmente, tudo que produzimos através de uma carga tributária extorsiva.

É que os valores devem ser destinados à Nação e também não acompanhamos os recorrentes escândalos de desvios de verbas públicas; nem sabemos dos milhões gastos em festas de luxo dos poderosos enquanto homens e mulheres de bem trabalham 8, 10, 15 horas por dia para ganhar a deprimente quantia de pouco mais de R$ 1.400 reais, na melhor das hipóteses! Não vou falar do subemprego, dos invisíveis e nem dos informais ou dos que fazem milagre para ganhar um valor extra em aplicativos como o uber.

Aliás, os motoristas de uber trabalharam tão bem que chamaram a atenção dos poderosos – lá vem regulamentação, mais grana para arrecadar! O Estado é insaciável.

Notem, se não usarmos o intelecto, como os socialistas influenciados por Gramsci fizeram, e continuarmos achando que a tomada de poder dar-se-á pelo uso da força, através de guerrilha, no grito, vamos continuar vendo milhares de pessoas perderam tempo se aglomerando nas ruas e gritando pelo “mito”, sem que isso traga qualquer resultado prático na mudança do status quo, continuaremos assistindo pessoas, de bem, sendo presas injustamente, junto à criminosos reais, mesmo que não tenham praticado ilícitos que ensejem o cumprimento de pena no regime fechado; vamos permanecer feito “menino buchudo” que só sabe espernear.

Enquanto isso carrego comigo a certeza, irrefutável, de que grito não resolve nada e só se pode vencer, qualquer guerra, com estratégia e inteligência.

Erika Rocha

Pré-candidata à vereadora pelo partido Novo.

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2 Comentários

  1. Ótimo texto e excelentes reflexões propostas à nós os leitores, porém acredito que tanto a Direita quanto Esquerda estão ambos frag.entsdos e corrompidos numa mescla ideológica. Se comportam tal qual torcidas organizadas defendendo e gritando em prol de seu "time" e acabam se perdendo em meio os interesses de seus mits e lendas políticos…
    Por fim em suma ambos buscam a mesma coisa, controle e poder! Matos.

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