Vitória Histórica: Ex-policial Militar é Absolvida Após Denunciar Assédio e Pedir Ajuda Psicológica.

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Em um marco inédito para a Justiça Militar, a ex-policial militar Mirella Virgínia Luiz da Silva foi absolvida por unanimidade das acusações que enfrentava após divulgar um vídeo em que denunciava assédio moral dentro da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e pedia ajuda psicológica. A decisão histórica poderá abrir caminho para outros casos semelhantes de militares que enfrentam problemas emocionais dentro das corporações.
O caso teve início em 2022, quando Mirella gravou um vídeo de aproximadamente 20 minutos, desabafando sobre o sofrimento que vinha enfrentando dentro da instituição. A gravação foi inicialmente enviada apenas para pessoas próximas, mas acabou chegando à cúpula da PM, desencadeando uma série de investigações e um processo disciplinar que culminou em sua expulsão.
Na sentença, o juiz relator Francisco de Assis Galindo destacou que não houve crime militar, tampouco ataque à hierarquia. “Não há crítica dirigida a ato específico de superior, não há publicação de documento ou ato oficial, tampouco se observa ataque ao princípio da disciplina militar, mas sim, um relato pessoal, motivado por experiências enfrentadas no exercício da função e marcado por sentimentos de angústia e sofrimento psicológico”, afirmou o magistrado.
Mirella ingressou na PMPE aos 18 anos, em 2017, após ser nomeada enquanto ainda cursava Direito na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela foi lotada na 3ª Companhia Independente da PM, em Goiana, na Mata Norte. Segundo a ex-militar, os episódios de assédio começaram logo nos primeiros anos de trabalho. “Chegaram até a ir na minha faculdade para verificar se eu estava frequentando as aulas”, relembra.
Com o agravamento das pressões e ameaças, inclusive de transferência de batalhão, os primeiros sintomas de adoecimento mental começaram a aparecer. “Informei a situação por vias administrativas, mas nada foi feito”, relata Mirella.
A absolvição representa não apenas um alívio pessoal, mas também um alerta para as instituições militares sobre a importância de acolher e cuidar da saúde mental de seus membros.
Fonte – JC.COM.BR.
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