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O Curioso Banho Químico : Corvos Usam Formigas Como Remédio Natural em Comportamento Conhecido Como “Anting”.

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Você já ouviu falar de um corvo tomando banho de formigas? Parece estranho, mas esse comportamento é real — e tem explicação científica. Chamado de anting, esse hábito é uma forma surpreendente de automedicação praticada por corvos e outras aves.

Banho de ácido fórmico

Quando um corvo está se sentindo doente ou incomodado por parasitas, ele pode pousar próximo a um formigueiro, abrir as asas e permanecer ali, imóvel, permitindo que as formigas subam por seu corpo. As formigas liberam ácido fórmico, uma substância natural com propriedades antiparasitárias e antifúngicas. Esse “banho químico” ajuda a limpar a pele e as penas da ave, eliminando fungos, bactérias e parasitas.

Segundo estudo publicado no Journal of Avian Biology, esse comportamento é comum entre diversas espécies de aves, como tordos, estorninhos e corvídeos. Em alguns casos, as aves chegam a esfregar deliberadamente as formigas em suas penas — uma prática conhecida como anting ativo.

> “O ácido fórmico atua como uma defesa natural, e as aves parecem reconhecer instintivamente esse benefício”, explica a bióloga ornitóloga Ana Paula Menezes, pesquisadora da Universidade Federal do Pará. “É um exemplo fascinante de automedicação na natureza.”



Comportamento ancestral e instintivo

Esse fenômeno não é recente. Observações de anting existem desde o início do século XX, mas só nas últimas décadas é que os cientistas começaram a investigar suas reais motivações. O que parecia apenas um comportamento estranho revelou-se uma complexa estratégia de sobrevivência.

De acordo com um estudo da Universidade Estadual Paulista (UNESP), aves da Mata Atlântica já foram registradas utilizando formigas do gênero Solenopsis para esse fim. O processo, segundo os pesquisadores, é seletivo: as aves optam por espécies de formigas que oferecem os compostos químicos mais eficazes para sua saúde.

A natureza como aliada da cura

O anting é apenas uma das muitas formas como animais selvagens usam os recursos naturais para se automedicar. Macacos já foram vistos mastigando folhas com propriedades antiparasitárias; elefantes consomem determinadas cascas de árvores para aliviar dores estomacais.

Esses comportamentos reforçam a ideia de que a natureza é uma farmácia viva — e que os animais têm muito a nos ensinar sobre saúde e equilíbrio ecológico.


Fontes:

Journal of Avian Biology (https://onlinelibrary.wiley.com/journal/1600048x)

Ecoosfera (https://ecoosfera.com)

Bioguia (https://www.bioguia.com)

Repositório UNESP (https://repositorio.unesp.br)

Entrevista com a Dra. Ana Paula Menezes (UFPA)

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