BOLSONARISMO EM FOCO : Ministro Moraes manda prender ex assessor de Bolsonaro
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (18) a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e réu no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
A decisão foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares impostas a Câmara, entre elas a proibição de usar redes sociais e manter contato com outros investigados. De acordo com Moraes, o coronel utilizou seus perfis para se comunicar de forma indevida, representando risco à investigação e à ordem pública.
O caso veio à tona após o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, informar ao STF que havia sido procurado, por meio das redes sociais, pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atualmente colaborador da Justiça em uma delação premiada. Segundo Moraes, o episódio configura uma tentativa de acesso indevido a informações sigilosas, podendo interferir no andamento do processo.
Além da prisão de Marcelo Câmara, Moraes determinou a abertura de inquérito contra o advogado Eduardo Kuntz e solicitou o depoimento dos três envolvidos — Câmara, Kuntz e Cid — no prazo de até 15 dias à Polícia Federal.
O coronel já havia sido preso anteriormente e colocado em liberdade mediante medidas restritivas, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de Brasília e de manter contato com outros investigados. Agora, segundo o STF, ele violou essas condições, justificando sua nova detenção.
A prisão foi cumprida pela Polícia Federal em Brasília, onde Câmara residia. A defesa do ex-assessor ainda não se manifestou publicamente sobre a nova decisão judicial.
O caso é mais um desdobramento da investigação que envolve aliados próximos do ex-presidente Bolsonaro em uma suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a vitória nas eleições de 2022. A atuação do STF e da Polícia Federal tem sido central na apuração das articulações que teriam envolvido setores militares e políticos.
A nova prisão reacende os holofotes sobre o chamado “núcleo duro” do bolsonarismo e pode influenciar diretamente no andamento dos processos contra outros envolvidos, inclusive o próprio ex-presidente.
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