Política

PARAIBANO “CORAJOSO”? | HUGO MOTTA SE ACOMODA DIANTE DO MOTIM BOLSONARISTA E SÓ RETORNA A CÂMARA COM AJUDA DE LIRA.

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Brasília — A Câmara dos Deputados viveu uma das maiores crises institucionais dos últimos anos, paralisada por mais de 30 horas devido a um motim liderado por parlamentares bolsonaristas. O protesto foi desencadeado em reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Supremo Tribunal Federal. A situação somente foi contornada na noite desta quarta-feira (6), quando o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu reassumir a presidência da Casa após intensa articulação política conduzida por seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL).

Desde a noite de terça-feira (5), deputados da base bolsonarista bloquearam fisicamente o acesso à mesa diretora da Câmara, impedindo a realização de qualquer sessão deliberativa. A cena, que remete a ações antidemocráticas anteriores, como a invasão às sedes dos Três Poderes em 2023, colocou o Congresso em estado de alerta.

Para destravar a crise, foi necessária a ação direta de Arthur Lira, que ainda mantém forte influência sobre o plenário. Após horas de reuniões e negociações nos bastidores, Lira intermediou um acordo com os líderes da oposição e representantes da ala bolsonarista, viabilizando a abertura da sessão somente às 22h da quarta-feira.

Ao reassumir a presidência da Câmara, Hugo Motta adotou tom firme e institucional. “Projetos pessoais não podem estar acima do país. A democracia não pode ser objeto de negociação. É preciso respeitar as regras do jogo democrático”, afirmou o paraibano em seu discurso.

A crise revela o clima de tensão crescente entre o Legislativo e os apoiadores mais radicais do ex-presidente Bolsonaro, que seguem tentando pressionar o Congresso por pautas como anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos e o fim do foro privilegiado — temas que, segundo líderes partidários, não avançam por falta de consenso e por resistência jurídica.

Nos bastidores, o episódio também expôs a fragilidade da nova composição da Mesa Diretora da Câmara, presidida interinamente por Motta, que até então vinha tentando equilibrar forças entre governistas e oposição. O desgaste causado pela paralisação reforçou a necessidade de articulação política mais eficiente para conter os ânimos extremados.

Apesar do retorno das atividades legislativas, os próximos dias devem ser marcados por novos embates entre os grupos pró-Bolsonaro e setores moderados da Casa. A oposição promete manter a pressão, enquanto aliados do governo observam com cautela a movimentação bolsonarista, já classificada por alguns como “chantagem institucional”.

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