EUA DIFICULTAM VISTOS PARA COMITIVA DE LULA E GERAM ATRITO DIPLOMÁTICO ÁS VÉSPERAS DA ASSEMBLEIA DA ONU
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A poucos dias da abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, a participação da delegação brasileira enfrenta um impasse diplomático. Embora o visto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja garantido, parte da comitiva ainda não teve a autorização concedida pelos Estados Unidos, o que acendeu sinais de alerta no Itamaraty e entre diplomatas das Nações Unidas.
De acordo com informações oficiais, alguns pedidos seguem em processamento, especialmente os de integrantes que nunca estiveram em solo norte-americano. A situação preocupa o governo brasileiro, que já acionou comitês da ONU para cobrar o cumprimento do acordo de sede firmado entre a organização e os EUA, que obriga o país a garantir acesso a representantes oficiais de nações-membro.
O episódio ganhou contornos mais graves após a revelação de que vistos de algumas autoridades brasileiras chegaram a ser revogados. O caso mais emblemático foi o do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que teve sua permissão de entrada cancelada. Nos bastidores, o gesto foi interpretado como sinal político da gestão de Donald Trump, que retomou uma postura mais dura em relação ao governo brasileiro.
A ONU manifestou “preocupação” com a possibilidade de delegações ficarem prejudicadas por entraves burocráticos ou restrições deliberadas. Já em Brasília, interlocutores do Planalto classificaram a situação como um “constrangimento diplomático” e não descartam acionar instâncias internacionais caso parte da comitiva fique de fora da Assembleia.
A restrição de vistos ocorre em um momento delicado, marcado por divergências entre os governos de Washington e Brasília em temas como meio ambiente, comércio internacional e direitos humanos. O Itamaraty ainda tenta, por via diplomática, garantir a participação integral da delegação, mas, até o fechamento desta edição, não havia confirmação de que todos os vistos seriam liberados a tempo.
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