DÉBORA: A mulher que apodrece na prisão por um batom.

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Eram seis da manhã quando Débora foi arrancada de casa, em Paulínia, por policiais fortemente armados. Não teve tempo de terminar o café da manhã para seus dois filhos pequenos. Desde então, há mais de um ano, ela apodrece em uma penitenciária. O crime? Ter manchado uma estátua com batom.
A cena da prisão foi brutal. Uma operação digna de um grande criminoso, mas o alvo era apenas uma mulher, uma mãe, uma cidadã que ousou desafiar um símbolo. Seu gesto foi tratado como uma afronta imperdoável, e a punição veio rápida e implacável.
Ontem, assisti a uma palestra de seu algoz. Diante de jovens universitários, ele discursava com um tom messiânico, apontando inimigos imaginários e se colocando como o guardião de uma ordem superior. Sua convicção cega e seu senso de missão divina me causaram calafrios. Como pode o destino de Débora estar nas mãos de alguém que já perdeu os últimos vestígios de humanidade?
A história de Débora é um retrato cruel de um sistema que pune com mão de ferro aqueles que ousam desafiar certos poderes, enquanto tantos crimes verdadeiros permanecem impunes. Quanto tempo mais ela passará atrás das grades por um batom? E quantas Déboras ainda precisarão ser silenciadas para que percebamos o que realmente está em jogo?
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