Carrefour e GPA, gigantes do atacado e varejo, promovem cortes de pessoal em meio às festas de fim de ano.
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O grupo Carrefour e o GPA, dono da rede Pão de Açúcar, duas das maiores empresas de varejo do Brasil, estão realizando cortes significativos de pessoal, em um movimento que surpreende por ocorrer durante o período das festas de fim de ano.
De acordo com o jornal Valor Econômico, as demissões afetam cerca de 2,2 mil pessoas no Carrefour, incluindo funcionários das redes de varejo e atacarejo (Atacadão). No GPA, as reduções vêm sendo feitas de forma mais gradual, com foco na sede administrativa em São Paulo.
Carrefour: ajustes para enfrentar desafios econômicos
No Carrefour, os cortes começaram em novembro, atingindo inicialmente o Atacadão, maior rede de atacarejo do Brasil. Foram demitidos cerca de mil funcionários, o que equivale a uma média de três por loja. Já nos supermercados e hipermercados, as demissões ganharam força nas últimas semanas, afetando aproximadamente 1,2 mil pessoas, especialmente no segmento de hipermercados.
A empresa afirmou que as demissões fazem parte de um movimento natural no setor varejista e não impactarão o atendimento durante o período de festas. No entanto, especialistas apontam que cortes em uma época de aumento no fluxo de clientes podem trazer riscos operacionais e prejudicar o nível de serviço.
Com 150 mil empregados ao final de 2023, a redução atual representa cerca de 1,5% do total de funcionários do grupo. O Carrefour busca encerrar o ano com uma estrutura mais enxuta, enfrentando desafios como juros elevados e a necessidade de melhorar a eficiência operacional.
Os hipermercados, que vêm sendo convertidos em unidades do Atacadão, continuam apresentando desempenho abaixo do esperado. Desde a aquisição das operações do Makro e Big, o Carrefour tem trabalhado para gerar economias e sinergias, ao mesmo tempo em que ajusta sua operação para um porte menor, com redução de despesas e venda de ativos.
GPA: cortes graduais e redução de custos
No GPA, os cortes vêm sendo realizados de forma gradual desde novembro, com foco na sede administrativa. A empresa busca reduzir em R$ 100 milhões suas despesas gerais e administrativas, o que representa cerca de 15% do total de R$ 700 milhões.
Entre as medidas, estão demissões de gerentes e diretores, além da fusão de funções, onde um profissional assume responsabilidades que antes eram divididas entre dois cargos. “Não tem como reduzir custos sem mexer em pessoas”, afirmou um executivo do setor.
O GPA enfrenta um longo processo de reestruturação iniciado em 2016, com o objetivo de equilibrar sua relação entre dívida e geração de caixa.
Cenário econômico desafiante
O aumento da inflação e a incerteza em relação às contas fiscais do governo federal têm pressionado o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter os juros elevados, afetando diretamente as despesas financeiras das empresas. Para o varejo, isso se traduz em desafios adicionais para manter a competitividade e eficiência operacional.
Embora as empresas justifiquem os cortes como parte de uma reestruturação necessária, o impacto humano e operacional dessas medidas, especialmente em um momento de maior demanda, levanta preocupações sobre o futuro das operações e a qualidade do atendimento ao consumidor.
Fique atento para mais atualizações sobre o setor varejista e os desafios enfrentados pelas principais redes do país.
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