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Glauber Braga recebe apoio de líderes cristãos: Frei Betto e Leonardo Boff assinam carta em defesa do deputado

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar após um embate com militantes do MBL, recebeu uma carta de apoio assinada por 32 personalidades cristãs. Entre os signatários estão figuras emblemáticas da Teologia da Libertação, como Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff.
O documento foi elaborado pelo coletivo Emaús, um grupo ecumênico que reúne cristãos engajados nas lutas sociais e que presta assessoria a pastorais e movimentos populares. Na carta, os integrantes do coletivo manifestam solidariedade ao deputado, que está em greve de fome desde o início da tramitação do processo contra ele na Câmara dos Deputados.
“A greve de fome de Glauber é um ato profético contra a injustiça política”, diz um trecho da carta. Os signatários também comparam o ato de resistência do deputado a figuras históricas como Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, ressaltando a importância do sacrifício pessoal como forma de denúncia diante de estruturas de opressão.
A carta também condena o que chamam de perseguição política a Glauber Braga e classificam o processo de cassação como “desproporcional e arbitrário”, apontando um suposto alinhamento entre setores do Legislativo e interesses econômicos e ideológicos conservadores.
A manifestação provocou forte reação de opositores, que questionam a associação entre líderes religiosos e políticos ligados à esquerda. Críticos afirmam que há incoerência entre os princípios cristãos e o apoio a figuras alinhadas a ideias marxistas ou socialistas.
O coletivo Emaús, no entanto, rebate as acusações e afirma que sua atuação está fundamentada nos valores evangélicos de justiça, solidariedade e compromisso com os pobres. “O Evangelho nos chama a estar ao lado dos injustiçados. Glauber é vítima de um processo político injusto e arbitrário. Estar com ele é coerente com a fé que professamos”, afirmam.
O desfecho do processo de cassação de Glauber Braga ainda está em andamento na Câmara dos Deputados, mas o caso já acirra os ânimos entre grupos religiosos com visões políticas divergentes e reacende o debate sobre o papel da fé na vida pública e na política brasileira.
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