Política

“UMA COISA É CERTA: O Fim da Festa PROGRESSISTA — Conservadores Avançam Para Tomar o Trono de Francisco.”

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O conclave que se aproxima promete ser um verdadeiro campo de batalha — e não apenas espiritual. Depois de 12 anos de pontificado de Francisco, marcado por inclusão, descentralização e reformas que fizeram tremer as colunas do Vaticano, os conservadores se armam para retomar o controle da Igreja Católica.

A “Igreja em saída”, como gostava de dizer Francisco, pode estar prestes a dar meia-volta. A acolhida aos católicos LGBTQ+, o fim da missa em latim em diversas paróquias, o incentivo ao diálogo inter-religioso e o apelo por uma Igreja menos burocrática e mais próxima dos pobres… tudo isso virou munição nas mãos da ala mais rígida do colégio cardinalício.

Serenhedd James, editor do Catholic Herald, resumiu bem: “Quem for eleito terá uma disposição centralmente conservadora; depois de 12 anos de Papa Francisco agitando as coisas.”

Quem são os favoritos para puxar o freio?

A lista de candidatos fortes traz figuras que encarnam a revanche tradicionalista. O americano Raymond Burke, de 76 anos, é praticamente um símbolo da oposição frontal a Francisco. Defensor da missa tridentina e crítico mordaz das “tendências esquerdistas”, é o nome dos que sonham com um retorno à Igreja pré-Vaticano II.

Outro que vem com força é o guineense Robert Sarah, de 79 anos. Ultraortodoxo, já foi apontado como “a voz africana da resistência”. Se eleito, seria o primeiro papa africano em mais de 1.500 anos — e também, possivelmente, o mais conservador da era moderna.

Tem também o holandês Willem Jacobus Eijk, médico, teólogo e implacável com qualquer tentativa de flexibilizar a moral católica. Para ele, bênçãos a casais do mesmo sexo e discussões sobre gênero são absurdos inegociáveis.

Na Hungria, o cardeal Peter Erdo representa a interseção entre política conservadora e teologia tradicional. Não esconde sua aversão à imigração em massa e aos rumos “liberais” tomados pela Igreja sob Francisco.

E o Sri Lanka aparece com Malcolm Ranjith, alinhado ao falecido Bento XVI e defensor de uma liturgia austera, silenciosa, quase militar.

Mas nem tudo está perdido para os “franciscanos”…

Sim, ainda há nomes que mantêm vivo o legado do papa argentino. Um deles é o filipino Luis Tagle, apelidado (não à toa) de “Papa Francisco asiático”. Ele representa uma Igreja aberta, popular, voltada para as periferias — mas seus inimigos o acusam de ser “comunista”.

O francês Jean-Marc Aveline, queridinho de Francisco, defende descentralização e diálogo, o que para os conservadores soa como “heresias modernas”.

Na Itália, dois pesos-pesados: Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e cérebro por trás das movimentações diplomáticas dos últimos anos, e Matteo Zuppi, figura pastoral e envolvida com processos de paz.

Por fim, o congolês Fridolin Ambongo Besungu, jovem, conservador e com discurso duro contra a teologia progressista — uma espécie de “nova geração” do tradicionalismo africano.

No fim das contas, o que está em jogo não é só quem vai usar a batina branca. É qual Igreja sairá das fumaças brancas do próximo conclave: a Igreja do acolhimento ou a do rigor? A que abraça as margens ou a que fecha as portas? A Igreja de Francisco ou a de um novo (e velho) tempo?

Uma coisa é certa: a festa acabou — e o baile agora é outro.

Por Andrea Calmon

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