Política

REFLEXÃO – BRASIL, JUSTIÇA E O CASO COLLOR: Uma Trama de Ironia, Tragédia e Farsa

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O Brasil testemunha um episódio que mescla ironia, tragédia e farsa: a prisão de Fernando Collor de Mello, quase três décadas após sua renúncia para escapar de um processo de impeachment.

Figura emblemática dos escândalos de corrupção dos anos 1990, Collor agora é finalmente conduzido à prisão. E o instrumento dessa queda tardia é a mesma Operação Lava Jato que, segundo muitos, já havia sido desmantelada pelo próprio sistema político e pelo Judiciário.

A Lava Jato, antes símbolo de combate à corrupção, foi desacreditada, atacada e desmontada. Para o presidente Lula e diversos políticos influentes, ela tornou-se um emblema de abusos, parcialidade e perseguição. Condenações foram anuladas, provas desconsideradas, e a narrativa reescrita em favor dos acusados.

Mas, curiosamente, para Collor, essa mesma operação ainda serve. No seu caso, não há espaço para debates sobre suspeição, irregularidades processuais ou atuação tendenciosa de promotores e juízes. Tudo desaparece, como num passe de mágica.

É importante lembrar: Collor nunca foi modelo de integridade. Sua trajetória política é marcada por escândalos e episódios vergonhosos. Não é mártir nem herói. No entanto, sua prisão, da forma como ocorre hoje, revela algo mais profundo e preocupante.

A Justiça brasileira não é cega — ela enxerga muito bem. Sabe a quem punir, a quem preservar, quem deve ser apagado da memória e quem merece a reabilitação histórica.

Collor tem culpa? Que responda por seus atos. Mas o que se escancara é a seletividade de um sistema em que a aplicação da lei segue interesses momentâneos. A hipocrisia e o oportunismo institucional revelam um crime ainda mais grave que muitos daqueles pelos quais os réus são condenados.

No Brasil atual, a lei deixou de ser um instrumento de justiça. Tornou-se uma arma — e quem a empunha escolhe o alvo.

Autor desconhecido

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