LUTA DE CLASSES, DE NOVO? Lula Aposta na Taxação dos Super-Ricos Para Recuperar Apoio Após Derrota no IOF

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Após sofrer uma dura derrota no Congresso Nacional com a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu transformar a pauta da justiça tributária em bandeira política. Em evento nesta quarta-feira (2), durante o cortejo do 2 de Julho em Salvador (BA), Lula exibiu um cartaz com os dizeres “Taxação dos Super-Ricos” e publicou a imagem em suas redes sociais, reforçando o novo foco do Planalto.
“Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso”, escreveu o presidente, ao lado da primeira-dama Janja e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sinalizando que a narrativa será intensificada.
A imagem não foi um gesto isolado. Vem na esteira de um conflito crescente entre Executivo e Legislativo. Na semana passada, o Congresso derrubou, em tempo recorde, uma Medida Provisória que aumentava impostos, além do decreto sobre o IOF, contrariando o governo. A decisão foi articulada entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sem aviso prévio ao Planalto.
Hugo Motta alegou que a medida barrada visava evitar aumento da carga tributária. Já Lula defendeu que se tratava de um “ajuste tributário”, voltado a corrigir distorções e garantir mais equilíbrio no sistema fiscal.
Diante do desgaste, Lula e sua equipe decidiram mudar o eixo da comunicação: em vez de defender aumentos generalizados, o governo quer apontar diretamente para os “muito ricos”. A nova bandeira, apelidada nos bastidores de “Taxação BBB” (Bilionários, Bancos e Bets – apostas online), será usada para pressionar o Congresso e reconquistar apoio popular.
A Bahia, onde Lula teve ampla vantagem nas urnas em 2022, serviu como campo de testes para essa nova linha política. A expectativa no Planalto é de que a pauta tenha forte ressonância nas periferias urbanas, entre trabalhadores e na classe média afetada por juros altos e perda de renda.
Conclusão
Ao transformar a “taxação dos super-ricos” em símbolo de justiça social, Lula pretende usar o tema como instrumento de mobilização política. A estratégia é clara: resgatar o engajamento das classes populares e médias, apresentando o governo como defensor dos que mais precisam e colocando o Congresso na defensiva.
Com esse discurso, o presidente busca se reconectar com a base eleitoral que o elegeu e tentar isolar politicamente os setores que resistem à agenda redistributiva. Em meio a dificuldades fiscais e entraves legislativos, Lula aposta que colocar “os ricos na roda” pode ser o combustível necessário para retomar o protagonismo e preparar o terreno para os próximos embates políticos e eleitorais.
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