DESVIOS NO INSS: Eli Cohen aponta início das fraudes em empréstimos consignados sem autorização

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu nesta segunda-feira (1º) o advogado Eli Cohen, personagem central nas apurações que investigam o maior esquema de fraudes já registrado contra aposentados e pensionistas da Previdência Social. Segundo ele, os desvios tiveram origem em empréstimos consignados realizados sem autorização dos beneficiários, mecanismo que abriu caminho para a multiplicação das irregularidades.
De acordo com os dados levantados, o esquema movimentou ao menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, em descontos aplicados sem o consentimento dos segurados. A fraude atingiu milhões de aposentados em todo o país e já é alvo de ações da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do próprio Congresso Nacional.
Fraude em larga escala
Eli Cohen afirmou que o ponto de partida do esquema foram contratos fraudulentos de crédito consignado, muitas vezes firmados com base em dados sigilosos do INSS. “Essas operações não autorizadas acabaram se transformando em porta de entrada para outros descontos ilegais”, explicou o advogado durante a sessão.
O modelo se espalhou para outras áreas: associações e entidades passaram a promover cobranças automáticas nos benefícios, sem qualquer anuência dos segurados, em alguns casos utilizando documentos falsificados ou manipulação de informações cadastrais.
Operação Sem Desconto
As denúncias ganharam força após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril deste ano, que cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão em vários estados. A ofensiva da Polícia Federal resultou na prisão de suspeitos, apreensão de carros de luxo, joias e dinheiro em espécie.
O esquema ficou conhecido por envolver lobistas e dirigentes de entidades suspeitas, além de operadores financeiros que se beneficiavam da fragilidade na fiscalização. Estima-se que mais de 4 milhões de aposentados tenham sido prejudicados.
Impacto social e político
O escândalo trouxe repercussões políticas e sociais de grande escala. Para especialistas, trata-se de um ataque direto a um dos grupos mais vulneráveis da sociedade: idosos e pensionistas que dependem do benefício para sobreviver.
A CPMI deve continuar ouvindo testemunhas e cruzando informações com os órgãos de investigação. O relator da comissão já sinalizou que pretende responsabilizar criminalmente dirigentes de entidades e possíveis servidores públicos que tenham facilitado os desvios.
Como verificar descontos indevidos
O INSS recomenda que os segurados acessem regularmente o aplicativo ou site Meu INSS para verificar se há descontos não reconhecidos. Caso identifiquem irregularidades, é possível registrar contestação diretamente pela plataforma ou em uma agência da Previdência.
Fonte | Folha de São Paulo
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