ÍNDIA DESAFIA TARIFAS DOS EUA E SELA PARCERIA COM PUTIN EM CÚPULA NA CHINA

🅱️LOG SEM 🅰️RRUDEI🅾️

A cena em Tianjin, na China, foi emblemática: de um lado, os Estados Unidos aplicando tarifas de 50% contra a Índia; do outro, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi trocando sorrisos e apertos de mão calorosos com Vladimir Putin. O recado não poderia ser mais claro: Nova Délhi não pretende ceder à pressão de Washington, mesmo diante do maior ataque tarifário já imposto pelo governo americano.
As novas sanções atingem setores estratégicos da economia indiana, como têxteis, joias e frutos do mar. Ainda assim, Modi não recuou. Ao contrário, aproveitou a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS) para afirmar que a parceria com Moscou é um “pilar vital” para os dois países e para a estabilidade global.
Putin, em resposta, chamou Modi de “caro amigo” e classificou as relações entre Rússia e Índia como “especiais, amistosas e baseadas na confiança”. Palavras que reforçam não apenas a longevidade da aliança, mas também a sua importância no tabuleiro geopolítico em meio à guerra na Ucrânia e à crescente polarização internacional.
A postura indiana mostra uma aposta clara em autonomia estratégica. Modi não pretende romper laços com os EUA — fundamentais em termos militares e de tecnologia —, mas também não aceita abrir mão do petróleo barato e do peso diplomático de Moscou. É uma jogada de equilíbrio delicada, mas que envia ao mundo a mensagem de que a Índia não aceitará ser tutelada por nenhuma potência.
Enquanto exportadores indianos já sentem o impacto das tarifas, a imagem projetada em Tianjin fortalece Modi internamente: a de um líder firme, que resiste à pressão externa e mantém sua independência. A longo prazo, a crise pode até redefinir o papel da Índia no sistema internacional, aproximando ainda mais Nova Délhi do eixo Moscou–Pequim.
Em outras palavras, o gesto de Modi não foi apenas diplomático. Foi estratégico, simbólico e calculado. Uma resposta à altura da ofensiva de Washington — e um aviso de que a Índia joga o seu próprio jogo.
Blog Sem ARRUDEIO