Política

CAUSA AUTISMO? TRUMP, TRÊS PALAVRAS E BILHÕES A MENOS: A CRISE DO TYLENOL

🅱️LOG SEM 🅰️RRUDEI🅾️

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, precisou de apenas três palavras para desencadear um terremoto no mercado farmacêutico: “não o tome”. A frase, direcionada ao Tylenol — medicamento à base de paracetamol produzido pela Kenvue — foi dita em 22 de setembro, em coletiva ao lado de Robert F. Kennedy Jr., e associada por ele a um suposto risco de autismo em crianças quando usado durante a gravidez.

A declaração, sem respaldo científico, derrubou as ações da Kenvue em cerca de 7,5% no pregão seguinte, o que representou uma perda estimada em US$ 2,6 bilhões em valor de mercado, segundo a Bloomberg. Além disso, reacendeu temores jurídicos para a empresa, já que processos semelhantes — antes rejeitados ou suspensos nos tribunais — podem ganhar novo fôlego diante da repercussão.

Ciência x palanque político

A comunidade médica reagiu com rapidez. Especialistas do American College of Obstetricians and Gynecologists e outras entidades reiteraram que não há comprovação de que o uso de paracetamol na gravidez cause autismo. Estudos sugerem apenas correlações estatísticas, insuficientes para estabelecer uma relação de causa e efeito.

A Organização Mundial da Saúde também se manifestou, lembrando que febres não tratadas durante a gestação podem trazer riscos sérios para mãe e bebê — riscos, estes sim, comprovados. Em resumo: a recomendação segue sendo usar o medicamento quando necessário e sempre com orientação médica.

O risco da palavra política

Para a Kenvue, herdeira da divisão de consumo da Johnson & Johnson, o episódio representa mais do que uma oscilação de mercado: é uma crise de reputação. A frase de Trump ecoa não apenas em Wall Street, mas também entre consumidores, médicos e advogados.

De um lado, investidores temem nova onda de litígios milionários; de outro, especialistas em saúde pública veem o risco de desinformação afastar gestantes de um medicamento considerado seguro.

Entre o mito e a febre

No final, a polêmica expõe o poder que uma declaração política pode ter sobre empresas globais — e sobre a vida de milhões de pessoas. Enquanto Trump reforça sua retórica de “bom senso comum”, a ciência insiste: melhor tratar a febre com Tylenol do que dar ouvidos a teorias sem comprovação.

Blog Sem ARRUDEIO

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo