Política

MP da Bolívia pede prisão de Evo Morales por estupro e tráfico de pessoas.

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O Ministério Público da Bolívia solicitou, nesta segunda-feira (16), a prisão do ex-presidente Evo Morales, acusado de ter estuprado uma adolescente, com quem teria tido uma filha. O veterano, que atualmente lidera a oposição ao governo de Luis Arce, nega as acusações e afirma que o caso tem motivações políticas. Com informações da Folha de S.Paulo.

A investigação contra o ex-mandatário começou em outubro deste ano, quando o governo do atual presidente confirmou a existência do processo. Segundo o Ministério Público, Morales é acusado de estupro, exploração e tráfico de pessoas.

O caso, porém, não é novo. A defesa de Evo Morales afirma que a denúncia já foi analisada e arquivada pela Justiça boliviana em 2020. A promotora Sandra Gutiérrez, responsável pelo caso, declarou que o pedido de prisão foi feito após um acordo com os pais da adolescente.

De acordo com o ministro da Justiça, César Siles, a vítima tinha entre 15 e 16 anos na época do crime. Uma certidão de nascimento confirma que Evo Morales é o pai da filha da adolescente.

O político, que foi líder sindical antes de assumir a presidência, declarou que não pretende cooperar com a investigação. O ex-presidente classifica o processo como “ilegal” e afirma que a denúncia é uma tentativa de impedir sua candidatura nas eleições presidenciais de 2025.

O cenário político boliviano está marcado por uma disputa intensa entre Evo Morales e Luis Arce, atual presidente e ex-ministro da Economia no governo Morales. Ambos competem pelo controle do partido governista MAS (Movimento ao Socialismo).

Luis Arce, inicialmente aliado de Morales, rompeu com seu antecessor após a tentativa do sindicalista de se lançar novamente como candidato do MAS em 2025. A legislação atual impede que Evo concorra nas próximas eleições, mas ele tem pressionado o governo para mudanças políticas.

Nas últimas semanas, Evo Morales tem organizado protestos contra o governo de Arce. Um dos principais atos foi uma marcha até a capital, La Paz, que terminou em confronto com a polícia, resultando em dezenas de feridos. Durante as manifestações, Evo chegou a exigir a troca de ministros no governo em um prazo de 24 horas, ameaçando a estabilidade política do país.

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