Política

A DESCONSTRUÇÃO DO MITO DA ESQUERDA, LULA: O Que Você Precisa Saber”.

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A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva trouxe à tona um aspecto relevante de sua trajetória política: a desconstrução do mito que o cercava. Ao longo das últimas décadas, Lula foi apresentado como uma figura icônica da esquerda brasileira, um líder popular e defensor das classes trabalhadoras. No entanto, uma análise mais aprofundada de sua história revela uma construção política meticulosamente planejada, com raízes muito além do discurso petista.

Ao contrário do que prega uma parcela da direita mais radical, Lula nunca foi comunista. Essa ideia é uma simplificação equivocada. Na realidade, sua ascensão política está intimamente ligada ao apoio estratégico de setores do regime militar, em especial ao general Golbery do Couto e Silva, ministro da Casa Civil dos governos Geisel e Figueiredo e um dos principais articuladores do golpe de 1964.

Para compreender a gênese do lulismo, basta recorrer aos estudos da historiadora Lucia Hippolito. Golbery, estrategista sagaz, enxergava em Lula uma ferramenta eficaz para conter o avanço de Leonel Brizola e do PTB sobre o movimento sindical. Brizola representava uma ameaça real ao establishment, com um discurso nacionalista e forte apelo popular. Para neutralizá-lo, Golbery incentivou a formação do Partido dos Trabalhadores (PT), utilizando, inclusive, as Comunidades Eclesiais de Base, sob influência de Dom Evaristo Arns, para coletar assinaturas e viabilizar sua fundação.

Lula, portanto, não apenas foi uma criação dos militares, mas também desempenhou um papel duplo durante a ditadura. Documentos históricos indicam que ele atuou como informante do regime, denunciando colegas de luta sindical. Sua ligação com os Estados Unidos também é notória, tendo frequentado cursos de formação sindical na Universidade Johns Hopkins e estabelecido relações próximas com a AFL-CIO, um dos principais sindicatos norte-americanos, historicamente vinculado ao Partido Democrata. Não surpreende, portanto, a atuação do governo Biden em favor de sua eleição em 2022.

Apesar desse histórico, muitos setores da esquerda ainda se mostram perplexos diante da condução de seu governo, dominado por interesses financeiros e alinhado ao capital estrangeiro. Intelectuais e militantes mais radicais, como Jones Manoel, demonstram frustração ao perceberem que a administração petista está longe de um ideal revolucionário. Entretanto, esse sempre foi o verdadeiro Lula: um político hábil em transitar entre diferentes espectros ideológicos, mantendo-se no poder por meio de concessões e alianças estratégicas.

O desgaste de sua imagem é evidente. O governo enfrenta desafios crescentes, sua popularidade declina, e sua base de apoio se fragmenta. O mito do “pai dos pobres”, do presidente que deixou o cargo com índices recordes de aprovação, começa a desmoronar. Essa erosão da narrativa petista é especialmente visível no Nordeste, reduto eleitoral historicamente leal a Lula, onde sinais de descontentamento começam a surgir.

Ao longo dos últimos 20 anos, a figura de Lula sustentou eleitoralmente o PT, mas esse ciclo parece estar se encerrando. Longe da caricatura do “Lula comunista” disseminada por setores da direita e distante da imagem messiânica construída pelo petismo, o ex-presidente caminha para um desfecho menos glorioso. Como bem expressa o título do livro de Roberto Schwarz, Lula pode estar rumando para “A Lata de Lixo da História”.

Texto : Eduardo Carvalho
Blog Sem ARRUDEIO.

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