Política

HUGO MOTTA DIZ QUE CABE AO COLÉGIO DE LÍDERES: “A pressão por anistia escancara o racha na Câmara. O STF vai se sentir afrontado?”.

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A Câmara dos Deputados virou palco de um embate explosivo após o pedido de urgência para o projeto de lei que pretende anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Em meio à tensão institucional e ao julgamento dos acusados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a proposta gerou indignação entre parlamentares da base aliada do Governo, que enxergam a medida como uma afronta direta ao Judiciário e um aceno perigoso ao bolsonarismo radical.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentou frear os ânimos ao lembrar que cabe ao Colégio de Líderes decidir o que vai ou não a votação no plenário. “Democracia é discutir com o Colégio de Líderes. Ninguém decide nada sozinho. É preciso responsabilidade com os cargos que ocupamos e com o impacto de cada pauta para as instituições e para a população”, declarou Motta nas redes sociais.

O recado foi direto ao líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do pedido de urgência. Sem o aval dos líderes, o partido acionou o regimento da Casa, reunindo 264 assinaturas — número superior à maioria absoluta da Câmara — para forçar a tramitação da proposta.

Em tom de desafio, Sóstenes respondeu: “O presidente da Câmara serve ao Brasil, não ao Planalto. Quem tem palavra, cumpre”. E ainda provocou: “Política se faz olho no olho”.

A ofensiva da extrema direita não passou despercebida. Parlamentares contrários ao projeto denunciam uma tentativa de esvaziar o papel do STF e beneficiar diretamente Jair Bolsonaro e militares acusados de tramar um golpe de Estado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), foi direto: “É um projeto feito sob medida para salvar Bolsonaro”.

Mais de dois mil pedidos de urgência estão parados na Casa. Ainda assim, o projeto de anistia ganhou prioridade em um gesto interpretado por muitos como provocação institucional e desrespeito às vítimas da tentativa de golpe — inclusive os alvos dos planos extremistas, que incluíam o assassinato do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

Caso a urgência seja aprovada, o projeto pode ser votado diretamente em plenário, pulando todas as comissões. A palavra final sobre colocar ou não a proposta na pauta, no entanto, ainda é de Hugo Motta — que agora enfrenta o desafio de escolher entre a pressão da base bolsonarista e a estabilidade das instituições democráticas.

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