Política

A DIREITA PARAIBANA FRACASSOU? Vaidade, Desorganização e Falta de Raízes — Por Dannylo Maia

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Nos últimos anos, especialmente após 2018, o Brasil viu um crescimento da direita como força política nacional. No entanto, esse movimento não teve a mesma força em todos os estados — e a Paraíba é um exemplo emblemático. A direita por aqui ainda não conseguiu se firmar como uma alternativa sólida e duradoura.

Mas por quê?

1. Herança tradicionalista e o peso do coronelismo

A política paraibana, assim como em boa parte do Nordeste, é marcada por oligarquias e famílias tradicionais. Esses grupos, apesar de conservadores nos costumes, atuam com base no pragmatismo: apoiam quem estiver no poder, independente da ideologia. Isso criou um ambiente político menos receptivo a projetos claramente alinhados com a direita.

2. Cultura de dependência do Estado

A presença intensa do Estado na economia, sobretudo no interior, fortaleceu uma cultura de assistencialismo. Isso beneficia políticos e partidos que defendem maior intervenção estatal — um perfil mais associado à centro-esquerda — e dificulta o avanço de propostas liberais ou privatistas, bandeiras típicas da direita.

3. Uma direita recente, desorganizada e personalista

Na Paraíba, a direita só começou a se estruturar com mais força após o fenômeno Bolsonaro. Porém, surgiu de forma emocional e personalista, centrada no ex-presidente, sem raízes sólidas nos municípios nem projetos consistentes para o estado. Sem Bolsonaro em destaque, esses grupos tendem a se desmobilizar.

4. Falta de base política e social

Diferente da esquerda, que construiu redes com sindicatos, movimentos sociais e militantes, a direita não investiu na formação de lideranças locais nem em articulações comunitárias. Com isso, aparece com força apenas em épocas de eleição, mas não sustenta presença no cotidiano político da Paraíba.

5. Brigas internas e vaidades

A direita paraibana sofre com divisões constantes. Disputas de ego, rachas partidários e competição pelo “protagonismo ideológico” têm enfraquecido o campo conservador. Em vez de união, o que se vê é um ambiente fragmentado e desorganizado.

6. Eleitor conservador, mas moderado

A população paraibana tende a ser conservadora nos costumes, mas nem sempre se identifica com pautas econômicas liberais ou com o discurso antipolítica. Por isso, muitos eleitores preferem candidatos de centro ou centro-esquerda que valorizem os valores familiares, mesmo sem serem de direita.

7. A força do governo estadual

Os sucessivos governos de centro-esquerda mantêm forte influência política, especialmente no interior, através de obras, programas sociais e controle da máquina pública. Isso dificulta o crescimento de forças oposicionistas de direita.

8. Rejeição ao radicalismo

Setores mais radicais da direita adotaram um discurso agressivo, de confronto constante. Mas parte do eleitorado paraibano não se identifica com essa postura. O resultado é o isolamento desses grupos e sua dificuldade em expandir apoio.

Conclusão

A direita na Paraíba não se consolidou porque lhe faltam estrutura, unidade, formação de base e, sobretudo, conexão com as realidades locais. É um movimento que apareceu mais como uma reação nacional — contra o PT e contra o sistema — do que como um projeto político verdadeiramente enraizado no estado.

Por– Dannylo Maia

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