STF CONFIRMA: Moraes Mantém Delação de Mauro Cid e Autoriza Acareações com Braga Netto e Anderson Torres

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (17) manter válida a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, rejeitando pedidos de anulação apresentados pelas defesas de investigados na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os advogados alegavam que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro teria violado cláusulas de sigilo e apresentado versões falsas durante seu interrogatório.
Na decisão, Moraes classificou os argumentos das defesas como “irrelevantes, impertinentes ou protelatórios”, reforçando que, nesta fase processual, não há espaço para contestação da legalidade da colaboração premiada. Os questionamentos se baseavam em reportagens que atribuíram a Cid publicações em redes sociais sobre o próprio acordo com a Polícia Federal — algo que, se confirmado, violaria as condições da delação.
Além de manter a validade da colaboração, Moraes autorizou uma nova rodada de diligências no inquérito, incluindo acareações entre os principais alvos da investigação. Uma delas será entre Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, marcada para a próxima semana. O objetivo é confrontar as versões apresentadas pelos dois sobre o chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que envolveria articulações militares para impedir a posse do presidente Lula.
Outra acareação autorizada reunirá o ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ambos também são investigados por suposta participação em reuniões e articulações antidemocráticas nos meses que sucederam a derrota eleitoral de Bolsonaro em 2022.
A manutenção da delação de Mauro Cid é estratégica para o avanço das investigações, já que o militar entregou à Polícia Federal informações consideradas centrais para o mapeamento do núcleo político e militar envolvido nas tentativas de ruptura institucional.
O inquérito já levou à denúncia de 34 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo o próprio Jair Bolsonaro, Braga Netto, Torres e outros aliados. Moraes, relator do caso no STF, tem reiterado que o processo seguirá com base nos elementos técnicos reunidos pela PF, sem espaço para manobras processuais que visem atrasar ou enfraquecer o andamento das ações.
As acareações marcadas para os próximos dias prometem novos desdobramentos e devem esclarecer pontos de divergência entre os depoimentos prestados pelos investigados. Enquanto isso, a delação de Mauro Cid segue como peça-chave na maior investigação já conduzida no Brasil sobre uma suposta conspiração golpista articulada dentro do próprio Estado.
Redação | Blog Sem ARRUDEIO