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PAZ E RUMORES DE PAZ : Outdoor em Tel Aviv anuncia “Novo Oriente Médio” — Mas Ele Realmente Está a Caminho?

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Tel Aviv —* Um mega-outdoor recém-instalado na Ayalon Highway capturou a atenção dos israelenses (e das redes sociais) ao estampar o slogan “It’s time for a new Middle East” (“É hora de um novo Oriente Médio”). A peça, bancada pela Coalition for Regional Security, traz Donald Trump e o premiê Benjamin Netanyahu ao centro, cercados por 13 líderes árabes — dos reis do Bahrein e Marrocos ao novo presidente sírio, Ahmad al-Sharaa. A iniciativa faz parte de uma campanha para ampliar os Acordos de Abraão, assinados em 2020.




Quem assina a campanha

A Coalition for Regional Security reúne mais de 100 ex-militares, diplomatas e empresários israelenses. Além do painel em Tel Aviv, a organização espalhou versões móveis perto da Knesset e até em Washington, com a mensagem “Israel is ready” dirigida ao príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.




Reações imediatas no mundo árabe

A inclusão de Sharaa — que depôs Bashar al-Assad em 2024 — provocou críticas em Damasco e em canais pró-Irã, que tacharam o cartaz de “campanha de normalização com o inimigo”. Ainda assim, diplomatas americanos dizem esperar “anúncios importantes em breve” sobre a adesão da Síria e de outros países.




Contexto militar: o Irã enfraquecido

O timing não é acidental. Depois da guerra relâmpago de junho, Israel e EUA devastaram instalações nucleares em Natanz, Fordow e Isfahan e destruíram cerca de 65 % dos lançadores de mísseis iranianos. O Pentágono calcula um retrocesso de dois anos no programa atômico de Teerã.

Proxies em desalinho

Hezbollah: perdeu parte do seu comando no sul do Líbano e evitou abrir uma segunda frente.

Síria: o novo governo rompeu com Teerã, fechou a embaixada iraniana e proibiu voos militares do país.

Iêmen: negociações Riyadh-Houthi reduzem a utilidade do grupo para o “Eixo da Resistência”.


Esse enfraquecimento soma-se à percepção israelense de “janela de oportunidade” para consolidar uma ordem regional anti-Irã.


O que muda com a expansão dos Acordos de Abraão?

1. Arquitetura de defesa integrada — compartilhamento de radares antibalísticos e interceptadores entre EUA, Israel e monarquias do Golfo.


2. Corredores econômicos — projetos logísticos que ligam portos israelenses ao Golfo via Arábia Saudita e Jordânia.


3. Separação gradual dos palestinos — plano defendido pela coalizão prevê autoridade palestina reformada e reconstrução de Gaza com financiamento árabe.


Obstáculos ainda no caminho

Opinião pública árabe: a guerra em Gaza reacendeu pressões internas contra a normalização, especialmente na Arábia Saudita.

Questão palestina: sem avanços tangíveis, Riad prefere adiar decisões formais.

Política interna israelense: Netanyahu estuda antecipar eleições para garantir mandato sólido antes de qualquer concessão territorial.


Então, o “novo Oriente Médio” vai decolar?

Com o Irã em posição defensiva e suas milícias em crise, o custo de oportunidade para estados árabes se aproximarem de Israel diminuiu. Ao mesmo tempo, o capital político necessário para assinar tratados públicos continua alto — e depende de progresso real em Gaza e Cisjordânia.

Em suma, o outdoor em Tel Aviv reflete mais do que propaganda; ele sinaliza uma disputa pela narrativa de que a paz regional é possível se Teerã sair de cena. Se essa visão vingará ou não dependerá da capacidade de Washington e Jerusalém entregarem segurança, reconstrução e — sobretudo — um horizonte crível aos palestinos.

Por enquanto, o “novo Oriente Médio” permanece um projeto em construção — visível nos outdoors, mas ainda longe de se materializar nas fronteiras.

Fonte Site Cultural Israel

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