Política

CONCORDA OU DISCORDA: Felca, o “herói” do momento — e o eterno jogo sujo dos influenciadores

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FESTEJANDO A ATITUDE DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES.

Felca virou o nome da vez. O vídeo “Adultização”, publicado no início de agosto, denunciando a exploração infantil nas redes sociais, caiu como uma bomba no debate público. De repente, todos — da esquerda à direita — passaram a citar o influenciador como se ele fosse a reencarnação digital do “cidadão de bem” preocupado com o futuro das crianças.

O vídeo estourou, somando milhões de visualizações. E os números não mentem: segundo o Ministério dos Direitos Humanos e a SaferNet Brasil, as denúncias de exploração infantil aumentaram 114% logo na primeira semana após a publicação (Correio Braziliense, 13/08/2025).

No Congresso, a cena foi digna de novela mexicana: no Senado, mais de 60 parlamentares assinaram o pedido para uma CPI contra crimes infantis nas redes (Senado Notícias, 12/08/2025); na Câmara, surgiram projetos de lei apelidados de “Lei Felca” (UOL Notícias, 13/08/2025).

O beijo da política

E aí que começa o problema: quando a política te beija, ela não larga mais. A esquerda viu em Felca um aliado contra o “vale-tudo” das redes; a direita, um pretexto para denunciar a ameaça de censura disfarçada de proteção infantil. E, no meio disso tudo, o influenciador virou munição para os dois lados — queira ele ou não.

Não seria a primeira vez que um influenciador “independente” acaba abraçado por um projeto político. Vide o caso da Mynd8 e do perfil Choquei, apontados por críticos como exemplos de jornalismo de Instagram movido a sensacionalismo e interesses de bastidores (Reddit Brasil, 2024)

Da inocência gamer ao campo minado

Felca começou comentando games. Depois, entrou no terreno da crítica de costumes. Agora, está no olho do furacão político. Parece roteiro conhecido: o influenciador cresce, muda de nicho, ganha projeção e, quando vê, está no tabuleiro da guerra ideológica.

O mais irônico? Quanto mais seguidores, mais rasteiro o conteúdo costuma ficar. Não por incapacidade, mas porque as redes premiam o barulho, não a profundidade.

No caso Felca, a denúncia é legítima e trouxe resultados concretos. Mas não sejamos ingênuos: num ambiente onde cada like pode ser convertido em capital político, até a causa mais justa corre o risco de virar apenas mais uma peça no xadrez da polarização.

E, como a história já mostrou, quando influenciador e política se encontram… a coisa sempre acaba fedendo.

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