O BRASIL DA VERGONHA: Mais de 6 mil crianças são resgatadas do trabalho infantil em dois anos

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Levantamento do Ministério do Trabalho revela aumento nos casos e predominância das piores formas de exploração

Entre janeiro de 2023 e abril de 2025, 6.372 crianças e adolescentes foram retirados de situações de trabalho infantil em todo o país, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O levantamento, divulgado nesta semana como parte da campanha da Semana de Combate ao Trabalho Infantil, chama a atenção para o crescimento dos casos e a gravidade das atividades desempenhadas por menores de idade.

De acordo com o MTE, 86% dos casos registrados envolviam as chamadas “piores formas” de trabalho infantil — ocupações que apresentam graves riscos à saúde e ao desenvolvimento físico, psicológico e social de crianças e adolescentes.

Os dados oficiais indicam uma tendência de alta nos casos nos últimos anos. Em 2023, foram registrados 2.564 afastamentos. Já em 2024, esse número subiu para 2.741. Apenas nos quatro primeiros meses de 2025, 1.067 crianças e adolescentes já foram identificados e afastados do trabalho precoce — o que representa cerca de 39% do total registrado em todo o ano anterior.

A maioria dos casos envolve meninos, que representam 74% das ocorrências. As meninas correspondem a 26%. Por faixa etária, os números mostram que 791 vítimas tinham até 13 anos; outras 1.451 tinham entre 14 e 15 anos. O maior contingente, no entanto, está entre adolescentes de 16 e 17 anos, com 4.130 registros — a maior parte em ocupações classificadas como nocivas ao desenvolvimento humano.

Entre as atividades mais comuns estão o comércio varejista, o setor de alimentação, oficinas de manutenção e reparação de veículos, além de trabalho na agricultura e pecuária.

A divulgação dos dados ocorre às vésperas do Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, celebrado nesta quinta-feira (12). A data é marcada por ações de conscientização e fiscalização em todo o país, com o objetivo de erradicar essa prática que ainda compromete o futuro de milhares de jovens brasileiros.

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