Política

Brasil assume a presidência do Brics a partir de janeiro, com Trump na cola do Lula.

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Neste início de 2025, ao menos nove países ingressam no grupo como membros.

O Brasil assume, nesta quarta-feira (1º), pela quarta vez, a presidência rotativa do Brics, em um momento marcado pela expansão do bloco. Em 2025, o Brics contará com a inclusão de pelo menos nove novos membros, ampliando seu alcance e desafios. Entre as prioridades da agenda brasileira estão a reforma da governança global e o desenvolvimento sustentável com inclusão social.

Desafios da presidência brasileira
O governo brasileiro terá a missão de articular a integração dos novos membros e avançar na implementação de um sistema de pagamentos em moedas locais, buscando reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países do bloco. Este é um passo estratégico para fortalecer a autonomia econômica dos membros.

Entre os novos integrantes confirmados estão Cuba, Bolívia, Indonésia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, conforme anunciou a agência estatal russa Tass. A inclusão de novos países foi decidida durante a 16ª cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, em 2024, quando também foi criada a categoria de parceiros do bloco.

Dinâmica do Brics ampliado
O professor Paulo Borba Casella, da USP, destaca que o Brasil enfrentará o desafio de criar uma dinâmica eficiente para o Brics expandido. “Com dez estados membros e mais uma dúzia de estados associados, será necessário desenvolver uma estrutura funcional para o bloco nessa nova configuração”, afirmou.

Até o momento, treze países foram convidados a participar do Brics, e há expectativa de que Nigéria, Turquia, Argélia e Indonésia confirmem sua adesão. Contudo, a posição dos novos membros – se como efetivos ou parceiros – ainda não foi oficialmente definida pelo Itamaraty.

Avanços esperados e relevância estratégica
A expansão do Brics reforça sua importância no cenário global, representando mais de 40% da população mundial e 37% do PIB global por paridade de poder de compra. Com um peso econômico superior ao do G7, o bloco se consolida como uma plataforma alternativa para países insatisfeitos com a ordem internacional liderada pelos EUA.

Para a professora Maria Elena Rodríguez, da PUC-Rio, o Brasil deve aproveitar a presidência para elevar sua relevância no bloco e na América Latina. “Diferentemente da última presidência brasileira, que foi tímida, agora o Brics está mais consolidado. É fundamental que o Brasil apresente avanços concretos, como nas negociações em moedas locais”, afirmou.

Impacto das tensões com os EUA
A iniciativa do Brics de substituir o dólar por moedas locais gerou reações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas aos países que abandonarem a moeda americana. Apesar disso, especialistas como Paulo Borba Casella avaliam que essas ameaças são insustentáveis e reforçam a importância de fóruns como o Brics para contrabalançar discursos unilaterais.

Perspectivas para 2025
A presidência brasileira do Brics em 2025 será uma oportunidade para o país demonstrar liderança e contribuir para o fortalecimento do bloco em sua nova configuração. Com desafios como a integração dos novos membros e a consolidação de um sistema financeiro alternativo, o Brasil poderá impulsionar sua relevância global e a de seus parceiros latino-americanos.

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