ALÔ POLÍCIAS MILITARES DO BRASIL – Lewandowski, ministro de Lula, diz que a polícia ‘prende mal’ e o Judiciário é ‘obrigado a soltar’ os presos.

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Lewandowski afirma que “a polícia prende mal” e provoca reação de entidades policiais

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, causou polêmica ao afirmar que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar” os presos. A declaração foi dada durante um evento no qual Lewandowski discutia desafios no combate à criminalidade e defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que busca endurecer medidas contra a violência no país.

Segundo o ministro, muitas prisões são feitas sem a devida apuração ou com falhas processuais, o que obriga o Judiciário a libertar os detidos por falta de provas concretas. “Nenhum juiz solta criminoso se há evidências suficientes. O problema é que muitas vezes a polícia prende mal, e o Judiciário, diante disso, não tem outra opção senão soltar”, declarou Lewandowski.

A fala provocou reações imediatas. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou uma nota de repúdio, classificando a declaração como “desrespeitosa” e destacando que a maioria das prisões realizadas são consideradas legais. “A Polícia Judiciária atua com rigor técnico e dentro da lei. Se os presos são soltos em audiências de custódia, é porque a Justiça assim decide, e não por falhas das forças de segurança”, afirmou a entidade.

O colunista Carlos Andreazza também criticou a declaração, chamando-a de “inadmissível”. Segundo ele, se a polícia comete erros, o Judiciário também tem sua parcela de responsabilidade ao soltar criminosos. “O ministro precisa entender que o sistema de segurança pública é um ciclo, e atribuir a culpa apenas à polícia é simplista e injusto”, declarou.

A declaração de Lewandowski ocorre em meio a discussões acaloradas sobre a PEC da Segurança Pública, proposta que enfrenta resistência de governadores e parlamentares. Para o ministro, a medida pode fortalecer o combate à criminalidade, mas suas palavras reacenderam um debate mais amplo sobre o papel das polícias e do Judiciário no enfrentamento à violência no Brasil.

O episódio expõe as tensões entre diferentes atores do sistema de segurança e justiça no país, e promete desdobramentos nos próximos dias, com manifestações públicas de policiais, juristas e parlamentares.

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