Política

BOLSONARISMO EM FOCO: Augusto Heleno se cala diante do STF e responde apenas às perguntas da própria defesa

🅱️LOG SEM 🅰️RRUDEI🅾️

Brasília, 11 de junho de 2025 — O general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, compareceu nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ser interrogado no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. Em uma estratégia já antecipada por sua defesa, Heleno optou por exercer o direito ao silêncio diante das perguntas formuladas pelo ministro Alexandre de Moraes e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), respondendo exclusivamente às questões apresentadas por seu advogado, Matheus Milanez.

A sessão aconteceu na sede do STF e foi conduzida por Moraes, relator do inquérito que investiga a existência de um núcleo político e militar articulado para deslegitimar o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Estratégia de silêncio seletivo

A postura de Heleno segue o que especialistas têm chamado de “silêncio estratégico”: uma escolha prevista na Constituição que permite ao réu não se autoincriminar. Apesar disso, o general não permaneceu em silêncio absoluto. Seu advogado, Milanez, realizou uma série de perguntas previamente combinadas com o cliente, em um depoimento cuidadosamente roteirizado.

“O general Augusto Heleno entende que há uma tentativa de criminalizar atos legítimos de sua atuação institucional. Por isso, optou por responder apenas às perguntas da defesa, que refletem a realidade dos fatos”, afirmou Milanez à imprensa.

Acusações e evidências

Segundo a PGR, Heleno é apontado como integrante do “núcleo militar” da trama golpista, junto de outros ex-ministros e generais da reserva. Documentos apreendidos, incluindo anotações em sua agenda pessoal, indicariam envolvimento direto na construção de um plano para contestar o resultado das eleições e manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder, à revelia da Constituição.

A acusação sustenta que o general teria atuado como um dos articuladores da minuta de decreto que previa a intervenção nas eleições. Em caso de condenação, as penas previstas para os crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e associação criminosa podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

Repercussão

A decisão de Heleno de restringir suas respostas foi criticada por membros da oposição, que veem na estratégia um indício de temor diante das provas reunidas pela investigação. Já aliados do ex-ministro afirmam que o silêncio é uma defesa legítima diante do que chamam de “abuso de poder investigativo”.

O interrogatório de Heleno é o primeiro de uma série programada pelo STF nesta fase do processo, que visa ouvir os principais acusados antes do oferecimento formal das denúncias.


Imagem
PraTodosVerem: O general Augusto Heleno, de cabelos grisalhos e vestindo terno escuro com gravata clara, é visto cumprimentando uma pessoa. Ao seu redor, agentes com coletes pretos da Polícia Judiciária garantem a segurança no local. A imagem sugere um ambiente formal, com iluminação suave. Um texto sobreposto diz: “Heleno decide não responder perguntas de Moraes e Gonet sobre trama golpista”.

Fonte – Estadão

Blog Sem ARRUDEIO

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo